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Existe uma infinidade de tipos e formas de papéis, cada um feito de uma maneira e matéria-prima diferente. Com tantas opções no mercado, fica difícil saber qual é o mais sustentável. Por isso, selecionamos alguns modelos para te ajudar a escolher o tipo de papel ideal para você.
Antes de mais nada, é importante ter em mente alguns aspectos:
– Qual a utilidade que você vai dar ao papel?
– Qual será a vida útil necessária?
– Como será utilizado o material produzido?
– Como será o ciclo de vida do produto?
“Um material como o papel plástico, por exemplo, é útil para um material mais durável, como um livro e apostila que vão ser muito manuseadas. Já para um folheto, que vai ser jogado fora logo, é melhor outro tipo de papel”, analisa a designer gráfica e escritora do blog Embalagem Sustentável, Elisa Quartim Barbosa.
Também é importante perceber outros aspectos da produção do material, como os produtos químicos utilizados na fabricação, transporte, a relação de trabalho na fábrica, se a madeira utilizada é certificada, etc. “Podem ter casos em que o papel reciclado seja a pior opção, as vezes esse papel vem de um lugar distante, emitindo muito gás carbônico”, alerta Barbosa.
“Tudo depende”
Para a designer, cada tipo de papel pode ser bem empregado se todos os fatores forem analisados antes da escolha. “É importante conhecer o produto e o cliente, avaliar quais são as necessidades, visitar a produção e, aí sim, sugerir uma mudança. É preciso avaliar o acabamento, a degradação, a parte estética, se vai precisar de camadas, de plastificação, qual vai ser o melhor resultado, etc”, diz.
Ela ainda lembra que é preciso pensar não apenas no meio ambiente, mas também no resultado final. “Sustentabilidade é trabalhar globalmente e pensar em todos que estão incluídos naquele processo”, reforça.
Na hora de escolher o tipo de papel, ela sugere os papéis com certificação, que garantem que a madeira utilizada vem de reflorestamento, ou os que utilizam menos produtos químicos na sua fabricação. Mas ainda assim ela não se arrisca a dizer um favorito. “Não dá pra dizer, tudo tem que ser avaliado”, diz.
Para ajudar na hora da escolha, selecionamos alguns tipos de papéis e pesquisamos algumas informações sobre eles. Esses são os mais utilizados atualmente e estão disponíveis no mercado em larga escala.
Papel Branco Comum
Papeis brancos comuns poluem mais e são responsáveis pela derrubada de milhares de árvores
O papel é, basicamente, um amontoado de fibras unidas física e quimicamente através de uma série de processos. Na cadeia industrial, usam-se majoritariamente as fibras vegetais, especialmente de tronco de árvores, como o pinus e o eucalipto.
O processo produtivo do papel branco serve de base para a produção de todos os outros. Depois de cortar e descascar a árvore, ela é transportada, lavada e picada em lascas de tamanhos pré-definidos. Depois, esses pedaços são cozidos e misturados a uma série de produtos químicos, denominados licor branco, que transformarão a madeira em pasta celulósica.
A pasta marrom resultante pode ser utilizada para fabricar papéis pardos, ou seguir para a etapa do branqueamento. Reações com peróxido, dioxido de sódio, dioxido de cloro, ozônio e ácido transformam a poupa, deixando-a branqueada. A poupa então é secada e prensada até atingir a gramatura desejada para o papel.
O material resultante pode ter diversos tamanhos, gramaturas, cores, texturas, formatos, além de poder ser utilizado para centenas de produtos. Variações no processo de produção permitem a criação de papeis como o ácido, bíblia, cartão, couché, higiênico, jornal, fotográfico, papelão, presente, vegetal, sulfite, etc.
Dois grandes problemas da fabricação do papel são o licor negro (resíduo produzido pela dissolução da lignina da madeira) e o processo de branqueamento. O primeiro pode ser amenizado com o tratamento adequado, já que ele contém compostos de enxofre tóxicos e mal-cheirosos e grande carga orgânica sendo, portanto, altamente poluente.
Já no segundo caso, o principal problema é o uso do cloro, capaz de gerar compostos orgânicos tóxicos e cancerígenos. Para resolvê-lo, muitos fabricantes passaram a realizar o branqueamento sem o cloro, utilizando outros elementos, como peróxidos e ozônio, no seu lugar.
Papel Reciclado
Papéis reciclados evitam a derrubada de árvores
O papel reciclado é feito a partir do reaproveitamento do papel não-funcional. Podem ser utilizados papéis pré-consumo, ou seja, recolhidos pelas próprias fábricas antes que o material passe ao mercado consumidor, ou pós-consumo, geralmente recolhidos por catadores de ruas.
O processo de reciclagem pode ser manual ou industrializado e os benefícios são muitos. Segundo a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, uma tonelada de aparas (papéis cortados para a reciclagem) pode substituir o corte de 15 a 20 árvores, dependendo do tipo de papel que será produzido.
Também se fala em redução dos gastos de água e energia durante o processo de fabricação de reciclados, apesar de não haverem dados definitivos sobre isso. Ainda assim, os papeis representam cerca de 40% do total do lixo das grandes cidades e o consumo do reciclado representa um alívio para esses aterros.
Papel Certificado
Já existem certificados que garantem a boa procedência do papel
O diferencial desses papéis é que eles possuem selos de sustentabilidade, como o FSC, que atesta que o produto vem de florestas plantadas, e o Carbon Footprint – que informa ao consumidor o total de carbono que o produto emite na atmosfera.
No Brasil, 100% da produção de papel e celulose utiliza matéria-prima proveniente de áreas de reflorestamento, principalmente de eucalipto (85%) e pinus (15%). Ainda assim, por melhores que sejam as práticas de plantio e processamento, a produção desses papéis necessitará de novos plantios. Alguns estudos ainda indicam que o cultivo do eucalipto acarreta um consumo elevado de água, tornando o solo da região árido e reduzindo o volume dos lençóis freáticos.
Papel de Plástico Reciclado
Pesquisadores brasileiros descobriram uma forma de transformar plástico utilizado em papel.
Já existe um modelo de papel sintético fabricado com plástico descartado pós-consumo, como garrafas de água, potes de alimentos e embalagens de material de limpeza. O modelo foi desenvolvido na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e testado em uma planta piloto da empresa Vitopel, que começará a comercializá-lo em agosto de 2009.
Ele é bastante resistente e indicado para aplicações que necessitam de propriedades como barreira à umidade e água, como rótulos de garrafas, outdoors, tabuleiros de jogos, etiquetas, livros escolares e cédulas de dinheiro.
Via Ecodesenvolvimento]]>