Nos primórdios de sua história, o ser humano registrava suas atividades gravando símbolos, desenhos e palavras em pedras ou em metais. Isso fez com que, ao contrário da tradição oral, a comunicação gráfica dos registros não se extinguisse com o tempo.
O papel também vem sendo utilizado para contar a história da humanidade. Tem como origem mais remota o papiro – planta nativa dos pântanos egípcios, que provavelmente começou a ser utilizada para gravações três milênios antes de Cristo.
Tal como é conhecido hoje, o papel remonta à China do século II. Sua invenção foi anunciada ao Imperador Ho Ti pelo oficial da corte Cai Lun (Ts’ai Lun), no ano 150. Desde então, o invento influencia a vida de bilhões de pessoas desde aquela época. Por mais de 600 anos, os chineses mantiveram sigilo sobre o primeiro sistema de fabricação de papel, que usava fibras de árvores e trapos de tecidos cozidos e esmagados. A massa resultante era espalhada sobre uma peneira com moldura de bambu e um pano esticado e submetida ao sol para um processo natural de secagem. O segredo foi desvendado no ano 751, quando o exército árabe atacou a cidade de Samarcanda, dominada pelo império chinês naquela época. Técnicos de uma fábrica de papel foram presos e levados para Bagdá, onde se começou a fabricar papel, também sem se revelar a técnica. Até que, no século XI, a novidade foi introduzida pelos árabes na Espanha e espalhou-se pelo Ocidente. Salto importante foi dado por Johannes Gutenberg, em 1440, ao inventar a imprensa e tornar os livros acessíveis ao grande público, o que demandou quantidades maiores de papel. Durante boa parte de sua história, o papel foi fabricado à mão. Em meados do século XVII, os holandeses começaram a aplicar a força hidráulica para mover grandes pedras que, movidas umas contra as outras, melhor preparavam as fibras para a produção de papel. Chamados de “holandesas”, esses moinhos são utilizados até hoje. A primeira máquina para fazer papel foi inventada na França por Nicholas-Louis Robert em 1799. Pouco tempo depois, os irmãos Fourdrinier apresentaram o método de produção contínua de papel, aperfeiçoado na Inglaterra. A tecnologia foi aprimorada ao longo do tempo. Na segunda metade do século XIX, quando a madeira substituiu trapos na produção de papel, as máquinas “Fourdrinier” ganharam mudanças importantes. Os avanços na composição química do papel transformaram a sua fabricação, que ganhou escala industrial. As máquinas se modernizaram e atingiram alto grau de automação e produtividade. No Brasil, o papel começou a ser fabricado em 1809, no Rio de Janeiro. E chegou a São Paulo com o desenvolvimento industrial proporcionado pela vinda de imigrantes europeus para trabalhar na cultura do café. Em sua bagagem, eles trouxeram conhecimento sobre o processo de produção de papel. Hoje, vários Estados brasileiros produzem diferentes tipos de papel: papelcartão, de embalagens, de imprimir e escrever, de imprensa e para fins sanitários, além dos especiais. Fonte: Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) ]]>